Das 3 relíquias, pelo menos 1 está a caminho!

Quem diria que a física, matéria que tanta gente odeia, poderia fazer o sonho da invisibilidade se tornar real, hein? Bom, ele ainda não é real (desculpem a decepção), mas está sendo bastante estudado por alguns físicos americanos e britânicos desde 2006. Na realidade, até o momento eles conseguiram uma capa da 'insonoridade'. É um papo de onda sonora que se curva aqui e ali e que poderá ser utilizada em submarinos para não serem detectados por radares sonoros.

Agora é torcer pra que eles leiam Harry Potter e se interessem pela Varinha das Varinhas e pela Pedra da Ressurreição. Já pensou? Leia a entrevista abaixo:

"Capa sonora" poderia fazer submarinos ficarem invisíveis

Físicos americanos e britânicos inventaram - embora apenas na teoria - uma "capa sonora" que esconderia um objeto pelo som do jeito que a capa de invisibilidade de Harry Potter o faz ficar invisível. A idéia é que as ondas de som passariam ao redor da capa e se reformariam do outro lado, sem ser acobertada ou distorcida.

Isso poderia fazer um submarino indetectável por aparelhos de detecção sonora, pois as ondas desses aparelhos passariam direto pelo submarino. Ou poderia prevenir que interferências atrapalhassem apresentações acústicas em um salão de concerto. A mesma equipe mostrou em 2006 a possibilidade da invisibilidade, e na verdade fez um modelo em duas dimensões. Essa capa funciona curvando a luz em volta de um objeto sem distorcê-lo, então quem está vendo enxerga o que quer que esteja do outro lado da capa.

Um pesquisador chamou isso de "similar à água de um rio fluindo em volta de uma pedra polida. "Desta vez eles calcularam, na teoria, como fazer a mesma coisa com ondas sonoras ao invés de luz. A dificuldade: nenhum material flexível ao som existe ainda.

Mas a equipe acha que sabe como projetar alguma coisa. "Nós desenvolvemos uma receita para um material acústico que iria essencialmente abrir um buraco no espaço e fazer algo de dentro dele desaparecer por meio de ondas sonoras." disse o líder do projeto Steven Cummer, que ensina engenharia elétrica e computacional na Universidade de Duke na Carolina no Norte. O novo projeto prolonga a capa da invisibilidade de 2006 - um pequeno modelo de aproximadamente 12 centímetros de largura - que combina anéis de cobre com fios em uma base de fibra de vidro para curvar ondas de luz em volta por uma campo eletromagnético.

Naquele tempo, todos disseram que o mesmo truque não iria funcionar com ondas sonoras. Cummer não estava tão certo."Ondas são ondas." Ele disse. O segredo está em "metamateriais" - materiais combinados desenvolvidos para reagir de maneira específica ao som.Ele não sabe ainda o que serão, mas sua equipe publicou uma teoria de como eles poderiam curvar na edição dessa semana do maior jornal físico, o Physical Review Letters. "A capa da invisibilidade eletromagnética é muito interessante por dentro e por fora." ele disse na quarta-feira. "

A questão natural que nos persegue era: Isso pode ser adaptado para outras formas de ondas" como ondas sonoras, ondas do mar ou mesmo ondas sísmicas? Uma análise matemática notável no ano passado concluiu: de jeito nenhum. Cummer não se convenceu. "Há algumas propriedades muito, muito gerais de todos os tipos de ondas... e algumas coisas são próprias à idéia de ondas, como transportar energia elétrica em certas direções e como você pode influenciá-las.

"Ele e seus companheiros encontraram a primeira, então outro exemplo onde ondas sonoras se tornam curváveis na teoria. Curvável com o que, então? Alguma forma de material combinado, ele diz. O truque é desenhar um material que reaja diferentemente quando o som vier até ele em diferentes direções, o jeito que um espelho unilateral age como um espelho de um lado, e uma janela do outro.

Materiais naturais como metal ou vidro comumente não agem dessa maneira. Ele ainda não desenhou o material. Mas o conceito parece com uma bola cheia de líquido ou gás, e um monte de metais pequenhos ou pedaços de cerâmica dentro "que dispersam o som de um jeito bem específico." Até agora há mais conhecimento de como direcionar a luz desse jeito do que manipular o som. Cummer não ouviu muita reação à sua teoria. Se encapar, confirma-se, é um campo altamente competitivo, e ele mantem suas idéias debaixo de um cone de silêncio até que eles estejam prontos para publicá-las.